Passado, presente e futuro

14 de mar. de 2011
Com urgência, era preciso cauterizar as feridas. O passado trazia réstias de glórias inesquecíveis e germinara os frutos do presente. Uma coligação de interesses comuns haveria de desviar o rumo da borrasca. Não era o Juventude possuidor de um magnetismo ímpar? Sua torcida, indiscutivelmente, a maior da cidade. Seus títulos, insuperáveis. Seus homens, todos eles, capazes e realizadores. Então? Tinha mesmo que se hipotetizar sobre o melhor. Ir à desforra esportiva, sair da enrascada dos últimos quatro anos, com reveses incríveis, a sorte madrasta, quando, pelo menos três dos quatro títulos em jogo, eram, absolutamente, irreversivelmente seus. Sacudindo a poeira da inércia, ele que era um flamejante sobrevivente, com toda sua nobreza. Bastaria um acesso de vontade e ninguém o seguraria. Quando o Juventude queria, tudo se tornava possível. Ele bem sabia qual o antídoto certo para aplicar a alquimia dos seus recursos.


* trecho retirado do livro “Assim na terra como no céu” de Francisco Michielin. Pág 244.