Relato de um torcedor.

23 de mai. de 2011
“Bom dia. Meu nome é torcedor e estou há 29 dias sem ir a um jogo do Juventude.”

Embora este relato possa ter semelhança com alguns depoimentos, este, ao invés de trazer alegria, dá sim um nó no peito de quem compartilha deste sentimento. Trata-se de um vício saudável, mas que assim como outros vícios, causa abstinência. E só quem tem pra saber do que falo. Futebol, mais especificamente, nesse caso, o Juventude.

Quantos torcedores podem ser encontrados nos arredores do Jaconi por essa época? Não sei ao certo, mas algum você sempre vai encontrar. Seja aquele que bateu à porta da sede da Mancha, seja aquele que apareceu na sorveteria – ambos com a garganta coçando para soltar a voz – ou ainda aquele que aparece quase, senão todos os dias, na lancheria do clube, para ver se descobre uma novidade ou uma informação qualquer que alimente um pouco do seu vício.

Quem já teve o gostinho de assistir a tantos jogos no ano, não se contenta mais em esperar até julho, após o término do gauchão. Quer jogo que segue, quer já na próxima semana ter aquela sensação única novamente, e já há algum tempo, e de forma a cada ano mais cruel, que parecem querer testar o vício do torcedor.

Se isso for um teste, pode parar. Pode começar com a ascensão do meu clube novamente. Pode colocar o Juventude onde estava. Nosso vício já foi testado e, como se vê, não tem cura – como se paixão tivesse cura... – mesmo sem jogos acharemos outra forma de saciar nossa vontade, e aguardaremos firmes e fortes, até o tão esperado dia de poder ir ao Jaconi e se sentir completo novamente.